O fim como ele é.

Inesperado. Por mais que se lute contra isso, nunca muda. Por mais que uma despedida seja planejada, com data e hora marcadas, o anúncio prévio de que ela irá acontecer sempre vem de surpresa. E derruba. E machuca. E você se pergunta como serão as coisas dali pra frente, de uma coisa que você jamais imaginou que pudesse acontecer, ou até imaginou, mas esperava com todas as suas forças que não fosse verdade. Alguns dizem que há males que vêm para o bem, mas a não ser que seja uma decisão sua, o fim é amargo e deixa um gosto ruim por muito tempo, enquanto você ainda sente os cortes que não cicatrizaram dentro de você. E num certo momento, você se sente perdido, sem rumo, sem saber o que fazer, como se tivesse sido jogado em algum lugar desconhecido, ou tivesse que encontrar a saída de um labirinto. Se sente sozinho, por mais que tenham milhões de pessoas a sua volta, como se estivesse nadando em um oceano sem terra firme por perto, e nenhum barco pra te salvar. E você perde o ar várias vezes, mas luta contra isso, até que chega um ponto que você simplesmente não aguenta mais e deixa morrer. Deixa morrer você, deixa morrer o sentimento, deixa morrer o que era pra ser e não foi.
Eu concordo que tudo aconteça por uma razão, e uma coisa assim vem para nos tornar mais fortes, mais seguros, mais experientes. Isso é válido, não? Vai ser útil por toda uma vida, a partir do ponto em que você não se deixará mais enganar por falsas ilusões, que lhe causaram dias do sono perdido e lágrimas derramadas. Um dia, você encontrará uma razão de felicidade que lhe tire desse foco e te coloque em outro campo de visão, e que cure todas as suas feridas. As cicatrizes ficam, mas são justamente elas que nos permitem ir mais longe, sem medo de quebrar, já que a lição já foi aprendida uma vez. Ou várias vezes.
Afinal, "o fim é belo e incerto, depende de como você vê".